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São Gonçalo dos Campos, BA
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou nesta terça-feira (13) que os consumidores devem pressionar postos de combustíveis para que repassem integralmente as reduções de preços promovidas pela estatal no diesel.
“A gente recomenda que o consumidor pergunte por que isso não está chegando à ponta”, declarou durante entrevista coletiva sobre o balanço do primeiro trimestre. “Pressiona, pergunta por que isso está acontecendo, qual é o tipo de margem.”
Desde abril, a Petrobras reduziu o preço do diesel em suas refinarias três vezes, acompanhando a queda nas cotações internacionais do petróleo, impulsionada pelo realinhamento da oferta global em meio à disputa entre Estados Unidos e China.
Segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP), os reajustes feitos pela Petrobras somam R$ 0,45 por litro, mas o preço ao consumidor recuou apenas R$ 0,38 até a semana passada. Isso indica que parte do corte foi absorvida por outros elos da cadeia — como distribuidoras e postos.
Magda insinuou que esses agentes estariam aumentando suas margens de lucro com a diferença.
Durante a coletiva, Magda também relacionou o problema à privatização da BR Distribuidora em 2021, hoje rebatizada de Vibra Energia. Ela lembrou que, antes da venda, a Petrobras tinha uma estrutura verticalizada que permitia controle sobre toda a cadeia — da produção à distribuição.
“Nos preocupa ter marcas Petrobras vendendo preço acima e incorporando margem.”
Ela afirmou que a empresa não possui mais controle sobre a ponta da distribuição, mesmo com o uso da marca ainda presente em diversos postos.
A fala de Magda ecoa críticas anteriores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, em evento da Petrobras em fevereiro, culpou os intermediários pela manutenção dos preços altos dos combustíveis.
“O povo é assaltado pelo intermediário”, disse Lula, sugerindo inclusive que a Petrobras vendesse diretamente ao consumidor final — medida que é proibida por lei no Brasil.
Em resposta, representantes do setor afirmaram que os altos tributos são os principais responsáveis pelos preços elevados nas bombas.
Até o momento, a ANP não divulgou dados atualizados sobre as margens de lucro das distribuidoras após os cortes. As informações mais recentes, de março, são anteriores às reduções promovidas pela Petrobras.
A estatal reforçou que seguirá monitorando o cenário e mantém o compromisso com preços competitivos nas refinarias, cobrando mais transparência e repasse das quedas ao consumidor final.
