Uma semana após a grandiosa Festa de Yemanjá no bairro do Rio Vermelho, em Salvador, foi a vez da histórica cidade de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, celebrar a Rainha das Águas neste domingo (09/02). O evento reuniu fé, cultura e tradição, atraindo moradores, turistas e praticantes das religiões de matriz africana para um dia de celebração e devoção.
O terreiro Ilê Axé Icimimó Aganjú Didê foi o primeiro a chegar ao ponto de partida, na Rua do Porto, para organizar os balaios de oferendas a Yemanjá. O cortejo deste terreiro é um dos mais aguardados devido à riqueza de detalhes e ao grande número de filhos e filhas de santo participantes.
Em seguida, ocorreu o cortejo oficial, marcado por uma impressionante organização e manifestações de fé e gratidão. Os presentes foram levados até a Pedra da Baleia, no Rio Paraguaçu, local tradicionalmente consagrado pelos adeptos do Candomblé. De acordo com a lenda, Yemanjá teria atravessado o Atlântico para proteger seus filhos escravizados e, ao se deparar com o sofrimento deles, decidiu permanecer, transformando-se na grande pedra que hoje é local de referência para os fiéis.
O evento atraiu não apenas a comunidade local, mas também visitantes de toda a região, bem como turistas nacionais e internacionais, interessados na rica cultura afro-brasileira. Além das homenagens religiosas, a festa contou com uma feira de produtos artesanais e uma animada roda de samba, proporcionando momentos de alegria e confraternização.
A Festa de Yemanjá em Cachoeira reafirma a força das tradições afrodescendentes no Recôncavo Baiano, fortalecendo laços culturais e espirituais em uma manifestação de fé e resistência que atravessa gerações.