A democracia é um pilar fundamental de qualquer sociedade livre, e a liberdade de expressão é um dos seus alicerces mais preciosos. Entre as instituições que exercem esse direito, a imprensa ocupa um papel central, sendo a voz ativa da população, a guardiã da verdade e uma ferramenta essencial de fiscalização do poder público. No entanto, em diversas partes do país, especialmente em pequenas cidades, prefeitos e gestores públicos têm sistematicamente atacado a imprensa local, demonstrando um profundo desrespeito pela democracia e pelas liberdades que juraram defender ao assumir seus cargos.
Esses ataques, muitas vezes financiados com recursos públicos, têm como objetivo silenciar críticas, questionamentos e denúncias de má administração. São evidentes tentativas de abafar a voz de veículos de comunicação que ousam expor falhas, desvios e irresponsabilidades das gestões. Quando um político, particularmente um prefeito, busca calar a imprensa, seja por meio de processos judiciais ou de ações que visam sufocar economicamente esses veículos, ele demonstra não apenas uma incapacidade de lidar com o contraditório, mas também confessa, de forma implícita, a veracidade das críticas.
O uso indevido do erário para atacar a imprensa é um desvio ético e administrativo inadmissível. O dinheiro público, fruto do trabalho e do suor de cada cidadão, deveria ser investido em educação, saúde, segurança e infraestrutura, não em manobras covardes para manter o poder às custas da censura. Quando um prefeito usa os recursos de sua cidade para intimidar jornalistas, ele está se afastando dos princípios republicanos e demonstrando sua fragilidade diante do debate democrático.
A imprensa, em qualquer cidade, é uma ferramenta indispensável para a construção de uma sociedade informada e crítica. É ela quem traz à tona os abusos, quem questiona as decisões mal planejadas e quem oferece ao cidadão comum o direito de saber o que está sendo feito com o seu dinheiro e o seu futuro. Calar a imprensa é calar o direito da população à informação.
Prefeitos e políticos que reagem com ataques àqueles que os criticam revelam sua verdadeira face: a de quem não tem compromisso com a transparência. O político que teme a imprensa teme a verdade, e quem teme a verdade não está apto a exercer cargos públicos. Quando um prefeito não aceita ser questionado e parte para a agressão, ele admite, tacitamente, que as denúncias têm fundamento. Afinal, quem está seguro de sua administração não precisa temer o trabalho jornalístico, pelo contrário, deveria encorajá-lo.
É preciso, portanto, reafirmar a importância da liberdade de imprensa em todos os níveis da administração pública. Nas grandes capitais ou nas pequenas cidades, o direito de informar e de ser informado é inegociável. Cada vez que um político ataca a imprensa, ele ataca a própria democracia, mostrando desprezo pelos princípios que sustentam a convivência republicana e a transparência no uso do poder.
A sociedade precisa estar atenta a essas manobras autoritárias, e é dever de cada cidadão defender o trabalho da imprensa livre. A crítica construtiva e a fiscalização são pilares de uma democracia saudável. Políticos que tentam silenciar a imprensa, na verdade, confirmam suas próprias falhas e cometem um ato de violência contra o direito da população à informação.
Neste cenário, é urgente que continuemos vigilantes. A imprensa precisa ser protegida, e qualquer ataque a ela deve ser combatido com firmeza e determinação. A democracia não sobrevive sem uma imprensa livre e ativa. E quem governa deve entender que o poder não é absoluto, e que as críticas, longe de serem inimigas, são essenciais para o aperfeiçoamento da administração pública.
A imprensa livre é a voz da verdade. Tentá-la silenciar é, por si só, uma confissão de culpa.
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